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Foto do escritorPitacos

A desumanização promovida pelo sensacionalismo midiático após asssassinato de Daniela Perez


Por Luiz Otavio





Pacto brutal é uma série documental que fala sobre o assassinato da atriz Daniela Perez, filha da autora de novelas Glória Perez. Escrita e dirigida por Tatiana Issa, a obra está disponível na plataforma de streaming HBO Max, e a produção trata, com riqueza de detalhes, de todos os acontecimentos relacionados e a forma como a imprensa veiculou as notícias sobre o crime.


A série conta com imagens de acervos da época em que ocorreu (1992), e também com depoimentos atuais de familiares, amigos, e testemunhas da brutalidade que estremeceu o público. Na época, Daniela Perez protagonizava a novela De corpo e alma, em que fazia par romântico com Guilherme de Pádua, seu assassino, que contou com a ajuda da então esposa, Paula Thomaz.


Ao longo do documentário, muito bem produzido, é possível entender as personalidades psicopáticas  dos envolvidos, assim como suas motivações, e o sensacionalismo exagerado por parte da imprensa durante o processo e julgamento dos acusados.


Em De corpo e alma, Daniela interpretava “Yasmin” e Guilherme de Pádua era “Bira”. E foram esses nomes fictícios, que em diversos momentos após o crime, revistas e jornais estamparam suas capas para atualizar o caso, utilizando, inclusive, cenas da novela, que acabavam sendo confundidas com a realidade. Segundo a própria Glória Perez em depoimento durante os episódios do documentário, a mídia desumanizou a imagem de sua filha, e entrelaçou ficção e realidade, com o único objetivo de vender mais exemplares.

Além disso, é nítido em cada minuto o quanto Glória precisou ser forte e lutar para que a imagem da filha não fosse deturpada, e para que a justiça fosse feita com o rigor que a situação exigia. E para isso, precisou coletar mais de 1 milhão de assinaturas em cada canto do Brasil, para que houvesse uma alteração no código penal, e os culpados não tivessem uma sentença mais branda. A escritora também precisou localizar e contatar testemunhas, pessoalmente, para que pudessem depor durante o julgamento.





Com muitas intervenções mal intencionadas, tentativas de habeas corpus, e depoimentos alterados, foi possível que o julgamento fosse realizado, só em 1997. Cinco anos após o crime é que a justiça conseguiu reunir todos os elementos necessários para, de alguma forma, dar um desfecho para o caso, e permitir que o luto da mãe pudesse, de fato, ser vivido.


Em 2023, o lançamento do documentário relembra a todos dessa barbaridade, e tem como objetivo não permitir que a história brutal, que tirou a vida de uma atriz, no auge da sua carreira, fosse novamente vendida como um “folhetim barato”, foi o que disse Glória Perez.



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