Isabela Viana
Na última quinta-feira do dia 16 de Setembro, as alunas de jornalismo Tays Paulino e Karen Fontoura receberam no ECOnversa uma convidada muito especial, Amanda Botelho. Jornalista, graduada e pós graduanda em mídias sociais pela Unicarioca, repórter do Voz das Comunidades e cria do Morro da Formiga. Amanda compartilhou um pouco de sua história, projetos e experiências inéditas durante a live. Numa dinâmica leve e descontraída, a jovem de 24 anos respondeu a sua primeira pergunta com uma frase célebre: “O jornalismo me escolheu e aí eu abracei ele”.
Ao ser questionada sobre a sua trajetória e formação profissional durante a pandemia, Amanda respondeu que foi se identificando com o jornalismo durante a sua graduação e que o estágio na FioCruz funcionou como um “divisor de águas”. Além disso, ela compartilhou que escrever o seu TCC, sobre a representatividade da mulher negra em capas de revistas teen, durante um momento crítico para o país foi complicado, mas que obteve bastante incentivo de seus professores. Com o distanciamento social houve uma grande quebra de expectativas, mas ela afirma que sua formatura no curso não deixou de ser emocionante.
“Venci, né!”.
Antes de adentrar no Jornalismo Comunitário, a jornalista contou sobre o seu período estagiando no Laboratório de Comunicação e Saúde da FioCruz (Laces). Ela conta que foi ali, fazendo levantamento de dados sobre pesquisas de doenças epidemiológicas na mídia, que ganhou um novo olhar para o jornalismo. Sob sua nova perspectiva, Amanda percebeu o curso como um meio de impactar positivamente a sociedade e se questionou sobre o porquê de ninguém noticiar a situação sanitária das comunidades. Por um breve momento, ela também relata que treinou bastante a escrita durante a sua experiência no Portal Universo Artístico, onde fazia cobertura de eventos e entrevistava famosos, mencionando também outro projeto que fez parte, o “Fame of Street”.
Atualmente Amanda trabalha como repórter no Voz das Comunidades, portal de notícias que tem como objetivo relatar a realidade das comunidades do Rio de Janeiro. A jornalista conta que por sempre estar na busca de expor um problema dentro da comunidade em prol da sua resolução, acaba criando laços com as reportagens e destaca o caso de fechamento da UPA de Manguinhos, uma de suas apurações mais extensas. Dentro desse universo no Voz, ela também já trabalhou com frases instantâneas para o aplicativo e como apresentadora do programa “Fato ou Fake”, onde as Fake News compartilhadas na pandemia são desmentidas.
Nos últimos momentos da entrevista, Amanda desabafa pela primeira vez sobre a violência policial que sofreu quando foi cobrir uma operação policial na Fazendinha. A repórter relata que se preparava para entrar ao vivo com a sua equipe quando os policiais os questionaram sobre quem eram e quebraram seus celulares e equipamentos. Para a sua vida, foi uma experiência traumática e ela diz que sente muito receio em cobrir operações da polícia, mas que as pessoas precisam saber o que está acontecendo.
“O que o povo precisa saber, a gente vai mostrar”, afirma para as entrevistadoras mesmo após o trauma que sofreu.
E se você, estudante de jornalismo ou aspirante para a carreira, pensa em seguir o ramo de Jornalista Comunitário algum dia, Amanda Botelho conta alguns atributos que considera essenciais para a profissão: tenha disposição, pois vai precisar andar muito, paciência, sensibilidade, cuidado, respeito e, ainda mais importante, a vontade de querer mudar algo na sociedade.
Confira a entrevista completa na íntegra: https://www.instagram.com/p/CT5o5HqpFaI/ .
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