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Foto do escritorPitacos

De onde vem a Piña?

Atualizado: 27 de out. de 2023

Todo universitário já provou desse coquetel, mas você sabe do que ele é feito?



Toda quinta-feira, os universitários têm seu tempo de descontração, onDe voCê já sabE. As caixas de som são posicionadas, a bandeira da atlética anfitriã é pendurada e o bar começa a ser montado. Dizem que começa às 20 horas, mas qualquer um sabe que a festa só fica boa mesmo mais tarde. Também não é segredo para ninguém que os DCEs de Psicologia e da atlética de Comunicação são os melhores da Praia Vermelha. Às 21 horas, com funk estalando e a galera animada, a festa começa oficialmente. E o mais importante: a essa hora, a Piña já está gelada.


Garrafa da bebida Piña 021 (Imagem: Reprodução/Instagram)


“Eu conheci aqui na UFRJ. É de abacaxi, não é?”. O calouro de jornalismo Leonardo Cunha tem duas coisas em comum com a maioria dos universitários: a primeira, é ter tido o primeiro contato com a Piña na faculdade. E a segunda, é ter dúvida em relação ao sabor. Afinal, é de abacaxi ou de caju? Quem tem a resposta para essa pergunta é Eduardo Pereira Leão, 30, um dos fundadores da Piña.


Em 2018, Eduardo criou a marca com mais três amigos. Após um deles ter feito um curso de drinks na Irlanda, teve a ideia de comercializar o coquetel de abacaxi. Formado em Economia pela Faculdade Cândido Mendes, o entrevistado trabalhava com mercado financeiro na época da criação da marca. “Larguei tudo e comecei a Piña. Hoje a gente vem crescendo ano a ano, graças a Deus", relata Eduardo.


No início, o coquetel artesanal era vendido em blocos de carnaval. Com o feedback positivo, em poucos meses ele já estava circulando em eventos universitários. Quem acompanhou de perto a ascensão da Piña na Praia Vermelha foi o veterano de jornalismo Leonardo Nogueira. Ele relata que a bebida começou a ser vendida pelas atléticas em DCEs e, no mesmo ano, já marcou presença no JUCS (Jogos Universitários de Comunicação Social). “Virou a bebida rotineira da galera da ECO”, compartilha Leonardo. Além da UFRJ, a Piña também é vendida na UERJ, UNIRIO, UFRRJ e até na feira de São Cristóvão.


Para aqueles que se perguntam sobre a procedência do produto, Eduardo afirma ter a qualidade como prioridade: “Por mais que algum (insumo) aumente o preço, mantém esse. Não adianta nada ter uma bebida ruim e daqui a meses sumir do mercado”. A produção que começou na casa de um dos fundadores, hoje acontece em uma fábrica cigana no Rio de Janeiro. Fábricas ciganas, ou “colaborativas”, são cervejarias que vendem tempo de máquina ocioso. Assim, empresas menores, como a Piña, podem produzir em fábrica.


No Brasil, toda marca que comercialize bebidas alcoólicas precisa de um registro especial do governo. A Piña tem licença de bebida 100% artesanal, tendo como mercado consumidor os universitários. Por não ser uma marca a nível industrial, não pode ser vendida em supermercados, por exemplo.


Porém, isso não quer dizer que a Piña esteja restrita só ao Rio de Janeiro. No próximo sábado, 28, muitos universitários irão se reunir para a Supertenda, uma integração de diversas atléticas do Rio. O evento já marcou presença em Curitiba e na capital mineira. Para a Supertenda carioca, a Piña foi a primeira bebida confirmada. Na edição de São Paulo, a marca fez uma ação de suas bebidas. Além da Piña, a empresa também tem em seu catálogo a Altinha, coquetel de tangerina e maracujá, e a Melambuza, de melancia.



Piña marcando presença em festas universitárias (Imagem: Reprodução/Instagram)


Mas no decorrer desses cinco anos, nem tudo foi fácil. Com a chegada da pandemia em 2020, a Piña sofreu contratempos. Após investimentos para os Jogos Financeiros e o cancelamento do evento, a empresa acumulou prejuízos em torno dos 30 mil reais. Mesmo após a abertura do comércio em 2022, a situação demorou a melhorar. “Tinha gente de quarto período que não sabia o que era a Piña. Do público que a gente tinha antes da pandemia, muitos já tinham saído da faculdade”, conta o entrevistado.


Eduardo reforça a ideia de “andar de degrauzinho em degrauzinho”, compartilhando a dificuldade dos pequenos negócios no Brasil: “Quando a gente começou, falaram que a gente era maluco”. Apesar disso, o empreendedor diz ter planos de tornar a Piña uma bebida industrial, que possa ser comercializada nacionalmente: “Meu maior sonho é que daqui a cinco, dez anos a galera lembre que na época da faculdade essa bebida começou, e hoje olha o que ela se tornou.”





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