Leticia Moser
Paulo Mário Martins, que esteve presente no ECOnversa dessa última terça feira (21/09), é formado em Jornalismo pela FAESA (ES) e já integrou a equipe de veículos como o Correio Braziliense, SBT, UOL, a Gazeta, Rádio CBN e Globonews. Atualmente se dedica principalmente à cobertura da COVID-19 no jornal da Globo. Os entrevistadores foram Giovana Gimenes e João Guilherme Tuasco, alunos do 1º período de Jornalismo da UFRJ.
Ao ser questionado sobre sua escolha de ser jornalista, Paulo disse que desde sempre gostou muito de ler, ouvir e contar histórias, e que o seu primeiro contato com o jornalismo foi em um trabalho escolar, a partir disso se apaixonou e seguiu carreira. Depois de formado cobriu política em Brasília, o que foi desafiador, mas ao mesmo tempo muito importante para entender a importância da agilidade.
Quando jovem, Paulo trabalhou no quadro “Globo Universidade'', no qual teve a oportunidade de conhecer várias partes do Brasil e viajar internacionalmente para entrevistar estudantes brasileiros em intercâmbio. Foi incrível e ao mesmo tempo uma responsabilidade muito grande, ele se cobrava e estudava muito, também comprava guias de viagem e tinha muito cuidado com as particularidades de cada cultura por questão de respeito.
Martins conta que entrevistou figuras como Oscar Niemeyer, Maria Bethânia, Gilberto Gil, entre outros, e que é desafiador ficar à vontade na presença dessas ilustres pessoas, é necessário ter muita preparação e cuidado para não parecer uma entrevista de fã.
Além dessas personalidades, cobriu grandes eventos: a Copa do Mundo de 2014, as Olimpíadas de 2016 e a visita do Papa Francisco ao Rio de Janeiro em 2013. Ele diz que gostou dessas oportunidades, pois se sentiu fazendo parte da história. Ele olha para trás e vê a contribuição que fez para a sociedade, pois esses registros têm um papel social muito importante.
O que considera a melhor parte de ser repórter é o fato de não ter rotina, conhecer gente e histórias e poder dar voz para as pessoas, ele narra que o jornalismo o leva a lugares que talvez não iria em sua vida pessoal por falta de oportunidade, se surpreendendo com as experiências.
Além disso, foi abordado o tema do jornalismo sem contato físico durante a pandemia, ele diz que é um grande desafio manter a sensibilidade, sobretudo quando a pessoa precisa se abrir, fazer o entrevistado se sentir à vontade e tornar aquela conversa íntima sem que o computador esfrie a relação. Mas ele crê que entrevistar online se manterá em algumas situações específicas, pois facilita o distanciamento e poupa tempo.
Outro desafio da pandemia é que as matérias são muito pesadas, 90% das reportagens foram sobre COVID, foi exaustivo, contudo, foi valioso saber como o trabalho durante esse tempo foi importante devido a desinformação e o negacionismo.
Por fim, o entrevistado expõe que um de seus sonhos é cada vez mais poder contar histórias boas, que agreguem e contribuam com o crescimento de quem está vendo, e que lutem pela informação de qualidade. Ele deixou um conselho para futuros jornalistas: é fundamental na profissão sempre estar bem informado, ler muito e assistir jornais, o conteúdo é muito importante. E ser benevolente consigo mesmo, na tv é ideal que sejamos verdadeiros e que se errarmos no dia a dia, é algo que acontece.
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