Guilherme Faria
A voz do esporte brasileiro. Ao relembrar momentos históricos do esporte no país é difícil não se deparar com a voz de um dos maiores narradores do Brasil: Galvão Bueno, que completa 72 anos nesta quinta-feira (21/07). Gerações que cresceram ouvindo Galvão e suas narrações em partidas de futebol, corridas de Fórmula 1 e os mais diversos esportes olímpicos se preparam, agora, para vê-lo em ação pela última vez em uma Copa do Mundo pela TV Globo, no Catar, em novembro.
Imagem: Reprodução (Rede Globo)
No fim de 2022 Galvão encerra uma trajetória que começou em 1981: são mais de 40 anos de Globo. Ao todo, são 48 anos de carreira. Ele começou em 1974 na Rádio Gazeta em São Paulo. No currículo, além de jogos memoráveis (de clubes e seleções), Olimpíadas, automobilismo e outros momentos especiais do esporte brasileiro e mundial, Galvão tem doze Copas do Mundo narradas - e a décima terceira a caminho.
Em todas essas edições, foram muitas histórias contadas, grande parte delas boas e memoráveis, mas também momentos difíceis de digerir, como o jogo contra a Alemanha, pela semifinal da Copa do Mundo de 2014, no Mineirão. O Brasil foi derrotado por 7 a 1. Em seu livro “Fala, Galvão!”, escrito em parceria com Ingo Ostrovsky, ele admite ter sido “a mais doída de todas as derrotas”:
“Um a zero. Depois, três, quatro, cinco… Eu narrava o jogo, olhava para Casagrande, olhava para Ronaldo, olhava para Arnaldo… Gente, o que está acontecendo? [...] Incrível, depois de 40 anos de profissão eu ter que narrar um gol de honra da seleção pentacampeã do mundo numa Copa disputada no Brasil”, contou Galvão, no livro. A expressão “Virou passeio”, dita por ele na narração do quarto gol alemão, viralizou nas redes sociais.
Imagem: Reprodução (Editora Globo Livros)
Por falar em seleção pentacampeã, deste aspecto Galvão também entende muito bem. Nascido em 1950, acompanhou todos os títulos da seleção canarinho. Mais do que isso, foi a voz de duas dessas conquistas, em 1994, nos Estados Unidos, e 2002, no Japão e na Coreia.
Na final de 1994, a imagem de Galvão abraçado com Pelé e Arnaldo Cézar Coelho, gritando “É tetra, acabou! É tetra, é tetra!”, rodou o mundo. Todo brasileiro com mais de 40 anos e que acompanha futebol consegue relembrar essa imagem. Galvão é assim: memorável, presente nos grandes momentos do esporte brasileiro, transmitindo emoção ao espectador.
Imagem: Reprodução (Rede Globo)
Referência na profissão, Galvão falou ao ge.globo da responsabilidade do lugar que ocupa: “A gente mexe demais com os sentimentos das pessoas. Meu acelerador é mais forte que o freio. Mas eu sou realizado. Feliz, feliz, feliz demais com esses anos todos ``. Contou que planejou o que virá pela frente, mas só até o fim da Copa: “Estamos juntos certamente com a Seleção e o futebol até 18 de dezembro. Depois, vira-se uma página do livro, e o livro continua”.
Imagem: Reprodução (Rede Globo)
Na próxima Copa, Galvão espera viver grandes momentos junto à seleção. Ele já imaginou e narrou o gol do hexa em uma palestra na conferência Rio2C, realizada em abril deste ano, arrancando aplausos do público. No lance imaginado pelo ídolo da narração brasileira, Vini Jr. faria o gol do título, em jogada trabalhada entre Raphinha, Casemiro e Neymar. Tudo isso aos 47 minutos do segundo tempo. Haja coração, amigo: vem aí a última Copa do Mundo com Galvão!
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