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O jornalismo sempre esteve lá


Pedro H. Carvalho


Nomes como Clark Kent e Peter Parker são familiares? Sim, Super-Homem e Homem-Aranha são os maiores super-heróis da história. Agora o que você nunca parou para pensar é que esses e outros nomes do universo das HQs são jornalistas. Além de salvarem vidas e o mundo, os heróis têm a grande missão de conciliar suas vidas duplas. Mas, se um raio não cai duas vezes no mesmo lugar, por que justamente os dois maiores heróis - em distintos universos – têm a mesma profissão?

As HQs são um sucesso até hoje. Com o passar dos anos e as novidades tecnológicas, as histórias em quadrinhos sofreram adaptações para o universo cinematográfico. Entretanto, a atividade jornalística sempre esteve presente nas histórias. Antes do porquê, é necessário entender a figura do jornal e da mídia nessas representações, para saber o papel do jornalista na trama.

O papel dos jornalistas na vida real, em sua maioria, é de transmitir informações com eficácia e precisão, procurando relatar os fatos como se apresentam na realidade de forma neutra. Essa definição é desmentida por Bárbara Dal Fabbro, que em sua matéria “Fábrica de heróis e vilões” diz: “[...] tomando o discurso jornalístico como sendo um texto construído culturalmente, levando em consideração o momento histórico, o público, as especificidades de cada país, região, cultura e veículo em que será publicado ou transmitido; podemos aferir que o jornalista, sendo componente da mesma realidade cultural para a qual escreve, traz consigo cargas simbólicas (uma bagagem cultural e biográfica) que irão definir os olhares e abordagens que utilizará para apreender o mundo à sua volta e para reportá-lo à sociedade que o aferiu papel de seu porta-voz. [...]”

A partir da definição de Bárbara, atual Agente de Administração na Secretaria Municipal da Cultura de Ribeirão Preto, fica clara a importância do jornalista nas HQs. Seu papel é transmitir a cultura e forma de olhar do mundo/universo em que vive, já que a composição do mesmo está diretamente ligada à de sua sociedade. Desta forma, se você quer saber como é a sociedade retratada na história, basta olhar para os jornalistas que trabalham nela. Daí a explicação para a sua representatividade nas páginas e nas telinhas das histórias.

Assim como na vida real, os jornalistas dos quadrinhos também têm diferentes funções. Segundo a monografia de John Lucas, aluno orientado por Cláudia Busato, os jornalistas representados nas histórias podem ser: “jornalista super-herói", "jornalista aliado", "mídia de oposição" e "mídia narradora".

O primeiro é o jornalista super-herói, aquele que tem papel de protagonista na trama. Alguns personagens que levam esse título são Clark Kent, Jessica Jones e Peter Parker, são nomes relevantes na indústria e tem histórico da vida dupla dividida entre heroísmo “mascarado” e a vida de repórter em uma redação.



O segundo é o “jornalista aliado” que como o próprio nome diz, é o jornalista que está aliado ao herói. O cargo é ocupado por alguém experiente no ramo e que normalmente não tem habilidades especiais. Outra característica é o trabalho de ajuda ao protagonista com os casos a serem desvendados e até mesmo criar relação de amizade ou amorosa com o protagonista. Alguns exemplos que mostram essa relação com os heróis são Ben Urich, da Marvel e Lois Lane, da DC Comics.



O terceiro modo de aparição dos jornalistas é o da “mídia de oposição”, onde seu principal trabalho é criar conflitos no enredo e exercer papel de antagonismo. O maior exemplo dessa função é o de J. Jonah Jameson, presente no mundo do cabeça de teia. Desde sua primeira aparição nas histórias do Homem-Aranha, J.J é contra todos os atos de heroísmo na cidade de New York e no mundo. Jameson é dono do jornal Clarim Diário e publica manchetes com títulos como “Fora! O Quarteto Fantástico é expulso de casa!”, “Homem-Aranha: Assassino?”, “Desastre dos Vingadores”, e “Chega de Homem-Aranha”. O personagem é sem dúvidas marcante!


O último tipo de aparição jornalística nas HQs é o da “mídia como narradora”. Este formato está presente em quase todas as tramas e a imprensa retoma as suas origens da informação. Normalmente é usada para explicar cenários, saltos temporais, acontecimentos repentinos da história e muitas vezes a visão de alguns personagens sobre fatos ou outros personagens.

Com esses exemplos e impacto dos personagens citados, a imagem e importância do jornalista para a decorrência dos fatos fica clara. O personagem pode influenciar tanto na opinião pública sobre o herói, quanto na formação de identidade do mesmo. No caso de Peter, as dificuldades financeiras levaram-no ao mundo do jornalismo. No exemplo de Clark, o sonho de ser jornalista foi construído desde pequeno. Ou seja, onde há herói, há jornal.



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