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Foto do escritorPitacos

O papel do jornalismo local na tragédia de Petrópolis


A tragédia de Petrópolis, na Região Serrana do Rio de Janeiro, ocorrida na noite do dia 15/02/22, deixou mais de 200 pessoas mortas em decorrência do forte temporal. A matéria produzida pelo Diário de Petrópolis nos conta que em momentos de fragilidades como este, o jornalismo local tem um papel fundamental no acompanhamento desses acontecimentos e de seus desdobramentos.



Foto: Diário de Petrópolis



Publicada em 08 de abril de 2022, a matéria foi produzida com a intenção de homenagear seus jornalistas: Jaqueline Gomes, Wesley Fernandes e Jaqueline Ribeiro, que contaram suas experiências na cobertura do desastre e dividiram momentos que marcaram suas trajetórias como profissionais para os leitores.


O primeiro relato foi o da jornalista local Jaqueline Gomes. Atualmente ela é editora do Diário de Petrópolis e contou: “Dessa vez foi inacreditável. Até hoje me surpreendo com a dimensão da tragédia. Nos primeiros dias, nossa equipe trabalhou dia e noite para passar informações precisas aos leitores. Tiramos forças nem sei de onde para controlar a emoção, foram dias terríveis”.


Vista aérea da área atingida pelo deslizamento em Petrópolis.

Foto: Florian Plauncheur/AFP


O profissional Wesley Fernandes chegou à equipe em maio de 2020 e seu maior trabalho nos 11 anos de carreira foi a catástrofe de 2022. “Foi desafiador, virei a noite atualizando as redes e no dia 16 fui para as ruas. Já estava em um misto de tristeza e dor. Nós, jornalistas, por mais que não tenhamos sido atingidos diretamente, acabamos sentindo tudo aquilo. A faculdade prepara a gente, mas quando é um desastre que acabou matando mais de 240 pessoas, isso abala o nosso psicológico”, relatou. Esse trecho se tornou um ponto importante na matéria, porque mesmo em meio aos aprendizados do ambiente universitário, só na prática conseguimos entender como as situações da vida são.


Jaqueline Ribeiro ingressou novamente à equipe do Diário no dia 14/02/22, um dia antes do desastre. A profissional narrou que “Invariavelmente, quem é jornalista em Petrópolis vai cobrir tragédia em algum momento”. Ela acompanhou o reconhecimento dos corpos no IML e conversou com os parentes dos desaparecidos. A sensibilidade exigida era grande, mas a importância de seu dever a motivava ainda mais.


Moradores e voluntários retiram o corpo de uma vítima dos deslizamentos em Petrópolis. Foto: Silvia Izquierdo/AP


Todos os relatos citados mostram que um jornalista da própria cidade fornece uma cobertura mais empática e abrangente, afinal, ele conhece a história, a cultura e as dinâmicas sociais que essa determinada região possui. É aquele que tem chances de te conhecer pelo nome, tem acesso às autoridades e lida com as dificuldades da maneira mais sensível possível.


Na matéria do Diário de Petrópolis, é perceptível que um profissional local desempenha um papel insubstituível dentro da cobertura por conta da sua proximidade ao lugar e ao povo. Essa notícia mostra por inteiro o lado humano do jornalista, que também é gente, e muita das vezes precisa ser forte para levar informações checadas e verídicas a todos.




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